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Fundação Gente do Mar participa de seminário sobre planejamento portuário

Com mediação e apresentação de representantes da Fundação Gente do Mar (FGMar) – anteriormente denominada Fundação Homem do Mar (FHM) –, a Praticagem do Brasil realizou o 1º Seminário Planejamento Portuário no dia 18 de setembro no Centro do Rio de Janeiro.

A programação do evento debateu as principais recomendações internacionais para a elaboração de projetos portuários contidas no livro “Planejamento Portuário – Recomendações para Acessos Náuticos”.

A obra reúne artigos de 25 autores. Entre eles, profissionais que atuam na FGMar, como o coordenador-geral Mario Calixto, o engenheiro naval Ernesto Sá, o instrutor e capitão de longo curso Joffre Villote, o professor doutor e consultor Sérgio Sphaier e o oficial de náutica e diretor da entidade, Jailson Bispo.

Mario Calixto mediou o painel “Navegação em águas rasas, dragagem e fundo náutico”, que contou com apresentações do capitão de mar e guerra Francisco Rozendo, de Sérgio Sphaier e de Ernesto Sá.

Na ocasião, o engenheiro naval da FGMar abordou questões relacionadas ao efeito squat – afundamento decorrente do deslocamento do navio em águas rasas – que, se mal calculado, pode levar a embarcação ao encalhe e até a outras consequências mais graves como a poluição marinha.

Para a sua apresentação, Ernesto Sá expôs os resultados de simulações feitas no Centro de Simulação Aquaviária da FGMar, para mostrar os efeitos do squat em um fundo plano e em outro com ondulações, como também diferenças no efeito squat com um navio em linha reta e em uma curva.

Segundo ele, o squat é um efeito que precisa ser bem estudado, para evitar o encalhe. Por este motivo, o engenheiro fez um estudo com base em fórmulas empíricas, para apontar, também, possíveis imprevistos em caso de squats maiores.

“A ideia é determinar, ainda na fase de projeto, a profundidade do canal, porto ou via de acesso que se quer construir ou, até mesmo, de instalações que venham a passar por alterações. Então tem que ter essa definição, para saber qual é a folga abaixo da quilha”, afirmou, ao destacar a importância da utilização de simuladores com uma excelente modelagem matemática neste tipo de avaliação.

Já o professor Sphaier fez sua apresentação abordando aspectos teóricos sobre os efeitos de fundo na navegação, observando como o comportamento em manobras é modificado.

Ele também falou sobre fundo com lama, mostrando que podem ocorrer ondas na interface entre fluidos com densidades diferentes, como por exemplo, na interação entre a água e a lama.

O seminário contou com a participação de mais de 200 pessoas entre plateia e transmissão on-line. Contribuíram para o debate o diretor técnico da Praticagem do Brasil, Marcio Fausto, o diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), vice-almirante Wilson Pereira de Lima Filho – que fez a abertura do evento – e diversas autoridades. Entre elas, o diretor de Portos e Costas da Marinha do Brasil, vice-almirante Sergio Renato Berna Salgueirinho; o presidente da Sociedade Brasileira de Hidrografia (SBHidro), vice-almirante Paulo Cesar Dias de Lima; o procurador especial da Marinha, vice-almirante Luiz Octávio Barros Coutinho; o presidente do Tribunal Marítimo, vice-almirante Ralph Dias da Silveira Costa; o contra-almirante José Luiz Ribeiro Filho e o contra-almirante Sergio Gago Guida (DPC); e o contra-almirante Carlos Augusto Chaves Leal Silva (SBHidro).

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